Texto: Marcos Anubis
Revisão: Pri Oliveira
Foto: Reprodução Facebook Djambi

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Em 2019, a banda curitibana Djambi está completando 24 anos de história, o que é uma vitória e tanto em uma cidade que valoriza pouco as bandas autorais. Assim, para celebrar essas mais de duas décadas de vida de uma maneira muito especial, o grupo se apresenta no dia 13 de julho (sábado), na Usina 5, na 2ª edição do Festival Crossroads Dia Mundial do Rock. O evento reunirá 44 atrações, entre bandas e DJs, em uma megaestrutura que contará com cinco palcos montados em uma área que era um antigo complexo industrial com mais de 60 mil m².

Rodolpho “Xaba” (vocal), Denis “Magrão” (guitarra), Marcelo Nassar (baixo), Beto “Siri” (teclado) e Mauricio Nassar (bateria) formaram a Djambi em 1995. Quatro anos depois, em 1999, a Djambi chamou a atenção do guitarrista Junior Marvin, ex-The Wailers (a banda que acompanhava Bob Marley). Depois de conhecer o trabalho do grupo, Junior convidou os curitibanos para acompanhá-lo em uma turnê na Europa que passou pela Holanda, pela Bélgica e pela Suíça. “Foi uma aventura. Não sabíamos o que nos esperava e fomos na cara e na coragem. Compramos as passagens com um cartão de crédito e saímos com a missão de pagar as prestações. Na primeira semana antes dos shows com o Junior, nós tocamos na rua para levantar uma grana e ficamos de favor na casa de brasileiros. Logo em seguida, a coisa mudou de figura. Passamos a ser a banda dele, fomos tratados superbem, ficamos em hotéis cinco estrelas, tocamos em festivais renomados e aprendemos bastante com essa experiência”, relembra.

Após essa prova de fogo, a Djambi já acumulou mais 13 turnês fora do país, sendo nove na Europa e quatro nos Estados Unidos, uma marca que poucas bandas brasileiras conseguiram atingir. “De lá para cá, nós pegamos o jeito da coisa e fizemos as outras turnês por conta própria, colecionando contatos e amigos pela estrada”, complementa.

Em 2001, a música “Barca pra Ilha” colocou a Djambi definitivamente no efervescente cenário musical brasileiro da época. A canção, que ganhou um clipe que entrou de maneira muito forte na programação da MTV, é uma grande homenagem do grupo à Ilha do Mel, no litoral paranaense. “Ela veio para celebrar a ligação da Djambi com a comunidade da Ilha”, diz Rodolpho “Xaba”.

A discografia acumulada pela Djambi nesses 24 anos conta com sete álbuns, sendo quatro de inéditas, dois ao vivo e uma coletânea: “Vai Ser Isso” (1998), “Keep This Feeling” (1999), “Ao Vivo Em Chicago USA” (2000), “Barca Pra Ilha” (2002), “Pode Crer” (2005), “Ao Vivo Na Ruínas de São Francisco” (2013) e “Hits 20 Anos” (2015).

Atualmente, o grupo está prestes a gravar um novo trabalho que deve ser lançado ainda em 2019. “A pressão é grande por parte dos fãs. Estávamos lançando de single em single, mas o pessoal quer um disco cheio mesmo”, diz.

A febre do Reggae

O Reggae sempre foi um estilo popular em Curitiba, mas o grande momento do gênero na capital paranaense aconteceu nos anos 1990/2000. Naquele período, boa parte das casas de show curitibanas abriam espaço para as bandas de Reggae, justamente por causa da presença do público nessas apresentações. “Foi uma época muito bacana com a projeção do gênero nacionalmente. Participamos de um evento em São Paulo para 60 mil pessoas chamado ‘Tributo a Bob Marley’ com 20 bandas de todo o Brasil e de onde saíram vários artistas. Hoje, a música jamaicana está representada em seus diversos estilos, do mais antigo Ska até o mais novo Ragga. O público é segmentado. De tempos em tempos, aparece uma banda que toca nas rádios e na novela ou um sucesso lançado por um artista renomado”, analisa.

Hoje, com todas as mudanças culturais que envolvem o mercado fonográfico mundial, a Djambi é uma das sobreviventes daquele período mágico da música curitibana. Assim, o grupo consegue perceber muito bem as diferenças que foram surgindo ao longo dos anos e que hoje são uma realidade na carreira de qualquer artista.  “Acho que é uma cena em transformação com as inovações tecnológicas e as mudanças na forma de consumo. O grande público responde ao que vem da grande mídia, mas os formadores de opinião podem ser acessados diretamente. Acreditamos que hoje temos novos desafios, e a música autoral precisa ser encarada com profissionalismo pelos compositores, músicos, agentes e empresários. Lembrando que toda banda cover toca a música autoral de alguém”, diz.

Com toda essa bagagem acumulada, os integrantes da Djambi obviamente já estão acostumados com grandes shows. Mesmo assim, a oportunidade de tocar em um festival tão grande e com um público tão diverso ainda mexe com o grupo. “Acho que ser o único representante de Reggae em um festival de Rock nos coloca uma responsabilidade. Mas a emoção é o que nos move e procuramos transformar o frio na barriga em diversão”, finaliza Rodolpho “Xaba”.

Serviço

A Djambi se apresenta às 16h no Palco Dia Mundial do Rock. Os ingressos para a 2ª edição do Festival Crossroads Dia Mundial do Rock custam: Plateia – R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia-entrada) 2º lote. VIP – R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia-entrada) 2º lote. Os bilhetes podem ser comprados no site Eventim, nos bares Crossroads (Av. Iguaçu, 2304, Água Verde) e We Are Bastards Pub (Av. Iguaçu, 2300, Água Verde) e nas lojas Let’s Rock (Praça Tiradentes, 106, lojas 3 e 4, Centro) e Dr. Rock (Shopping Metropolitan, loja 04, Praça Rui Barbosa, 765, Centro).

A meia-entrada é válida para estudantes, pessoas acima de 60 anos, professores, doadores de sangue e portadores de necessidades especiais (PNE). Clientes do bar Crossroads e das lojas Dr. Rock e Let’s Rock também pagam meia-entrada.

Confira o line-up completo: Abraskadabra, Afoostic, Backstage, Black Maria, Crackerjack, Cwknot, Dead Fish, Double, Fefo, Leozinho, JK – Leo Janeiro e Kaka Franco, Mauricião, Murillo Mongelo, Djambi, F4T, Folkin’ Dad’s, Heart Shaped Tracks, Higher Dream, Lenhadores da Antártida, Let’s Core, Linkin Park Brasil Cover, Macumbazilla, Matanza Inc., Meinteil, Motorocker, Pigs & Diamonds, Punkake, Radio Guerrilha, Rejection, República Pine, Right Back, Rockids, Rockinho, Suicide Blonde, Sulround, Tacy de Campos e os Marginais, The Secret Society, The Vedders, TN/She, Válvula Vapor, Sex N’ Roll, Killer Jack, NewHolly e Crowning Animals. Confira todas as informações neste link.

Os shows começam às 11h. A classificação etária é de 16 anos (menores de 16 anos entram somente se estiverem acompanhados dos pais/responsáveis). A Usina 5 fica na Rua Constantino Bordignon, 5, no Prado Velho.