Começa hoje o Psycho Carnival, o maior festival de Psychobilly da América do Sul

Começa, nesta sexta-feira (9), a 19ª edição do Psycho Carnival, o maior festival de Psychobilly da América do Sul e um dos mais respeitados do mundo. O evento, que será realizado mais uma vez no Jokers, contará com shows de 24 bandas, sendo oito delas internacionais. Serão quatro noites de shows com grandes nomes do Psychobilly mundial, nacional e local, além de atrações de outros estilos musicais, como a Surf Music e o Punk Rock.

O lineup do festival conta com as bandas Sick Sick Sinners (Curitiba), Flicts (São Paulo), Crazy Horses (Londrina), Nausea Bomb (França), O Lendário Chucrobillyman (Curitiba), Skullbillies (Curitiba), Frenetic Trio (Londrina), Klax (EUA), Salidos de la Cripta (Colômbia), 13 Bats (Espanha), Mongo (Curitiba), Footstep (São Paulo), Os Catalépticos (Curitiba), The Brown Vampire Catz (Londrina), The Cursed Bastards (EUA), Kingargoolas (Guarapuava), Psychopath Billy (Colômbia), Spitfire Demons (São Paulo), Hillbilly Rawhide (Curitiba), The Mullet Monster Mafia (Piracicaba), Wild Rooster (Suécia), Tampa do Caixão (Joinville), Luisonz (Paraguai) e Voodoo Brothers (São Paulo).

No Brasil, realizar festivais independentes é sempre uma grande luta em várias frentes. Neste ano, a organização do Psycho Carnival encontrou um pouco mais de dificuldade para montar o evento por causa da crise financeira e do pouco apoio para a cultura curitibana.

A situação levou ao cancelamento dos shows do Batmobile e do Frantic Flintstones, duas bandas importantíssimas na história do Psychobilly. Apesar de ter que enfrentar essas barreiras, o Psycho Carnival caminha para chegar aos 20 anos consolidado como um dos mais importantes eventos Psycho do mundo. “Mesmo com os cancelamentos que tivemos que fazer, estamos muito orgulhosos de ter as bandas que virão, como o Frenetic Trio, o Flicts, o Hillbilly Rawhide e a nova geração de bandas que está chegando. Acho que isso deixa claro que, mesmo com uma situação econômica adversa, nós estamos conseguindo fazer um festival muito forte”, afirma Vlad Urban, um dos organizadores do Psycho Carnival.

Na visão de Orleone Recz, que também participa da organização ao lado de Vlad Urban, a possibilidade de mostrar essas bandas para o público é, na verdade, uma grande satisfação. “Pra gente, é massa poder realizar uma edição do Psycho Carnival com tantas bandas do Brasil e, principalmente, da América do Sul. Nós, que vivemos aqui, sabemos da dificuldade de ter e de manter uma banda na estrada dentro de um circuito inexistente, que conta com pouca adesão do público e fadado a rodar grandes distâncias em razão do tamanho do nosso país”, analisa.

Nesses 18 anos em que o festival tem sido realizado, foram raras as ocasiões em que um show precisou ser cancelado, como aconteceu nesta edição. “Se por um lado tudo isso é um agravante, por outro reforça ainda mais a força e a convicção de quem faz de tudo para manter a cena ativa, tocando e fazendo a roda girar. Bandas como o Tampa do Caixão, de Joinville, que organizam shows e fomentam a cena, nos dão força para seguir adiante. Ter bandas de fora no lineup, clássicas e fundamentais, também é essencial, porque promove a troca de experiências, gerando o crescimento da nossa cena”, complementa Orleone.

Mostrar o que está acontecendo nos países vizinhos, aliás, é uma das características do Psycho Carnival. Entre os sul-americanos que já passaram pelo palco do festival estão o Jinetes Fantasmas, da Argentina, e o Gatos Zombies, do Equador.

Neste ano, o lineup do evento apresentará três bandas da América do Sul, o que mostra o crescimento do estilo na região. “Realmente, o Psychobilly vem se consolidando na América do Sul. Tem muita banda nova surgindo e as que já estão em atividade estão cada vez melhores. A gente vê o surgimento de uma cena na Argentina, no Paraguai e na Colômbia, somando com o que já temos no Chile e, principalmente, no Brasil. O fortalecimento dessa cena vai proporcionar uma interação muito maior entre as bandas latinas e um intercâmbio cultural gigantesco. Daqui a pouco, mais bandas brasileiras estarão tocando em festivais latinos e essa é uma experiência importante”, analisa Vlad.

A ideia é que, com esse intercâmbio, a cena se fortaleça nesses países e no continente, como um todo. “O Psychobilly na América Latina vem se tornando mais forte e atuante. Bandas como o Salidos de la Cripta, da Colômbia, o Luisonz, no Paraguai, o Surfin Caramba, do Chile e agora uma cena que vem crescendo na Argentina, somam demais. É muito importante que, dentro do nosso circuito, as bandas se envolvam além da música, que produzam shows, gravem discos, possam fazer coletâneas, distribuir materiais, etc. Não somos gigantes, mas podemos ser sólidos e a solidez é tudo que uma cena 100% alternativa precisa, com o suporte dos amigos e as bandas se ajudando. Para nós, é um sonho ter uma edição recheada de bandas da América do Sul. Estamos seguros de que isso acontecerá com o passar dos anos”, finaliza Orleone.

O festival segue até a segunda-feira (12) e os shows começam sempre às 21h. O Jokers fica na Rua São Francisco, 164, no Centro.

Alguns destaques

O trio curitibano Sick Sick Sinners sempre faz um dos melhores shows do festival. O grupo chama o seu som de “Psychobilly Maldito”. Na prática, é uma vertente que incorpora elementos até do Thrash Metal, o que o torna extremamente pesado. Esse é um dos shows imperdíveis desta edição do festival. Leia neste link uma entrevista com a banda.

Com um som que navega entre o Psychobilly e o Punk Rock, o trio norte-americano The Cursed Bastards deve surpreender.  Formado em 2013 por Eddie YoungBlood (baixo e vocal), Dave Ratz (guitarra e backing vocal) e Anthony Puke (bateria) vem pela primeira vez ao Brasil. Leia neste link uma entrevista com a banda.

O Hillbilly Rawhide, banda curitibana de Country Rock encerra o festival. Nós últimos anos, o grupo se tornou um dos artistas curitibanos que mais levam público aos seus shows. O show no Jokers será um dos primeiros com a nova formação da banda, que está prestes a lançar um novo álbum. Confira neste link uma entrevista com a banda.

O trio The Mullet Monster Mafia, de Piracicaba, faz uma Surf Music instrumental carregada de influências mais pesadas. O grupo tem uma carreira internacional consolidada e sempre faz um dos shows mais esperados do festival. Leia neste link uma entrevista com a banda.

Os paraguaios do Luisonz são garantia de um show divertido. Essa é a segunda vez que o trio se apresenta no festival. Na primeira, em 2016, eles já surpreenderam e, desta vez, não deverá ser diferente. Confira neste link uma entrevista com a banda.

O Mongo, de Curitiba, se apresentará pelo segundo ano consecutivo no festival. O grupo, que é formado por grandes nomes da cena curitibana, acaba de lançar seu primeiro EP, “I Die at midnight”. O show da banda sempre é muito divertido, vale muito a pena acompanhar. Leia neste link uma entrevista com a banda.

O trio curitibano Os Catalépticos voltou aos palcos no ano passado, após 11 anos parado. Considerada um dos maiores nomes do Psychobilly brasileiro e respeitada em todo o mundo, a banda deve fazer o show mais aguardado do festival. Confira neste link uma entrevista com a banda.

Também de Curitiba, o Skullbillies volta ao Psycho Carnival após dois anos. Com uma formação renovada, o grupo terá a honra de abrir o festival, pois será a primeira banda a pisar no palco do Jokers. Leia neste link uma entrevista com a banda.

O Crazy Horses, de Londrina, é um dos mais tradicionais nomes na história do Psycho Carnival. Esta será a 9ª apresentação da banda no evento e, desta vez, ela vem reformulada, com a volta do guitarrista Marine Horse. Leia neste link uma entrevista com a banda.

De Guarapuava, teremos o Kingargoolas, que faz uma Surf Music criativa e surpreendente. A banda vem crescendo nos últimos anos, o que rendeu até uma turnê pela Europa no ano passado. Uma curiosidade é que a banda usa um theremin, instrumento que é tocado com as mãos sendo aproximadas de duas hastes de metal. O som que é gerado remete aos filmes de ficção científica. Leia neste link uma entrevista com a banda.

Outra atração de Londrina é a volta do Frenetic Trio. O grupo encerrou as suas atividades em 2005 e foi confirmado há menos de um mês como uma das atrações do festival. Para os fãs mais antigos que acompanham a cena, a oportunidade de ver novamente a banda é imperdível. Confira neste link uma entrevista com a banda.

Klaus Koti, O Lendário Chucrobilly Man, apresentará a sua performance one man band. Mesclando Blues, Rock Primitivo e outras influências, Koti deve surpreender quem ainda não o viu ao vivo. Leia neste link uma entrevista com ele.

O Spitfire Demons, de São Paulo, fará a sua estreia no festival. A banda foi formada em setembro do ano passado por ex-integrantes de duas bandas lendárias do Psychobilly brasileiro: o Kães Vadius, considerada a pioneira do estilo no país, e o The Krents. Leia neste link uma entrevista com a banda.

O duo paulista Voodoo Brothers deve surpreender com sua formação inusitada, baixo e bateria, e sua Surf Music com elementos Psycho. A banda acaba de lançar seu primeiro álbum, “Green Kahuna”. Além das influências musicais, o grupo incorpora referências indígenas, da umbanda e do ocultismo em suas canções. Leia neste link uma entrevista com a banda.

O Flicts, de São Paulo, é um dos nomes mais tradicionais do Punk Rock nacional. O trio fará a sua estreia no festival e, tradicionalmente, o Punk é uma das vertentes que se encaixa melhor no Psycho Carnival. Confira neste link uma entrevista com a banda.

O Tampa do Caixão, de Joinville, também sempre marca presença no festival com grandes shows. A banda, que se apresenta pelo quarto ano seguido no evento, aproveitará o festival para lançar seu mais recente álbum, “Segue o Cortejo” (2016), em vinil 7’. Leia neste link uma entrevista com a banda.

Valores e formas de compra dos ingressos

Os ingressos individuais e os pacotes são limitados e já estão à venda. Os valores são: Pacote 4 noites – R$ 260. Pacote 3 noites – R$ 230. Ingresso Individual 9/2 – R$ 40. Ingresso Individual 10/2 – R$ 75. Ingresso Individual 11/2 – R$ 95. Ingresso Individual 12/2 – R$ 75. Os valores dos ingressos são promocionais. É necessário levar 1kg de alimento não perecível na entrada de cada show.

Os bilhetes podem ser adquiridos no site Sympla. A compra também pode ser efetuada por meio de depósito bancário na conta: Banco do Brasil, em nome de Juliana Ribeiro, agência 0056-6, conta poupança 83970-1, operação 51, CPF 224.119.648 70.

O valor dos ingressos pode ser depositado em dinheiro, por meio de envelopes nos caixas eletrônicos, direto no caixa ou por meio de transferência entre contas do Banco do Brasil. A retirada desses ingressos será feita no Jokers Pub nos respectivos dias e horários do evento.

Após a compra é necessário enviar um e-mail para zombiesunion@gmail.com seguindo o formato: nome completo, data e hora do depósito, valor do depósito, nome completo dos acompanhantes, especificando o tipo e dia do ingresso e tipo de depósito. Também é obrigatório informar os dados do comprovante, que deverão ser: o número do envelope (depósito no caixa eletrônico), o número do documento (depósito direto no caixa), número da agência, conta de origem e nome completo do titular da conta (transferência entre contas).

Exemplo – Nome completo: Fulano de tal. Data e hora do depósito: 20/11/2017 às 10:20. Valor do depósito: R$ 300. Nome completo dos acompanhantes, especificando o tipo e dia do ingresso: Fulano, 1 pacote, 3 noites, R$ 270, número do envelope 000.000.000. Os e-mails de confirmação serão enviados em até sete dias após a confirmação do recebimento.