A apresentação no Armazém Garagem marcará uma pausa nas atividades de um dos mais tradicionais nomes do Punk Rock brasileiro

Em 2023, a banda curitibana No Milk Today, um dos nomes mais importantes do Punk Rock brasileiro, está completando 30 anos de trajetória. Para celebrar essa data histórica, o grupo promoverá a 3ª edição da No Milk Fest. O evento será realizado no Armazém Garagem, em Curitiba, no dia 15 de novembro (quarta-feira), e contará com a participação de convidados muito especiais.

A abertura do evento ficará a cargo da banda curitibana Magaivers, que está completando 22 anos de vida, e tem uma longa relação de amizade e parceria com o No Milk Today.

O encerramento será comandado pelo grupo paulista Inocentes, uma das bandas mais tradicionais e representativas do Punk Rock nacional. Aliás, esse será um reencontro com os fãs curitibanos, afinal, o quarteto não toca na capital paranaense desde 2017. “Estamos com saudades de Curitiba, faz tempo que não tocamos aí!”, diz o guitarrista e vocalista dos Inocentes, Clemente Nascimento.

Essa será a última oportunidade de assistir ao No Milk Today ao vivo porque, durante um período que ainda não está definido, a dedicação de Rodrigo ‘Minduim’ (guitarra e vocal), Neto (guitarra), Mauricião Singer (baixo e vocal), e Maurício ‘Cabelo’ (bateria) estará voltada exclusivamente à composição e ao lançamento de um novo álbum de inéditas. “Depois de uma jornada incrível, repleta de acordes distorcidos e letras provocadoras e cruas, chegou a hora de dar uma parada”, diz Neto.

Os ingressos já estão à venda e os valores são: Ingresso Solidário + 1kg de alimento – R$ 60,00 + taxa administrativa. Meia-entrada – R$ 60,00 + taxa administrativa. Inteira – R$ 120,00 + taxa administrativa. Os bilhetes podem ser adquiridos na plataforma Sympla (https://www.sympla.com.br/evento/3-no-milk-fest-inocentes-no-milk-today-e-magaivers/2192822). As entradas também podem ser compradas por meio do WhatsApp do Armazém Garagem (41) 9 9133-4414 (sem a taxa administrativa).

Menores até 14 anos de idade não pagam ingresso! A meia-entrada é válida para estudantes, jovens de baixa renda, pessoas acima de 60 anos, professores, doadores de sangue, portadores de câncer e PCD.

Na compra do ingresso e na entrada do local, é obrigatória a apresentação de documento previsto em Lei que comprove a condição do beneficiário.

A classificação etária do evento é de 14 anos de idade. Abaixo desse limite, os fãs só entram se estiverem acompanhados dos pais ou responsáveis.

A casa abre às 15h e os shows começam às 16h30. O Armazém Garagem fica na BR 277, 2.630, no Santo Inácio, próximo ao Parque Barigui.

A discotecagem da festa, antes e nos intervalos dos shows, será comandada pelo DJ Mauricião, com a presença de convidados.

A 3ª No Milk Fest tem realização do O Velho Punk/Orange-O, com apoio do site Cwb Live (www.cwblive.com), dos bares 92 Graus, Jokers e Lado B, do site Rock No Pinheiro (https://rocknopinheiro.com.br/), e do selo Trajano Records. As acomodações oficiais do evento são do Hotel Brasília (www.hotelbrasiliacuritiba.com.br).

Uma celebração de amizade regada ao mais puro Punk Rock

O show no Armazém Garagem será uma grande celebração da história do No Milk Today e da relação da banda com o público e com os dois grupos que participarão do evento.

Com os Inocentes, por exemplo, a conexão vem desde 1997, quando Clemente produziu a coletânea “Ska Brasil”, que teve a participação do Skuba, banda da qual Mauricião também fazia parte desde 1996. “Na época ficamos amigos e depois até discotecamos juntos. O No Milk Today é uma bandaça! Tocar nessa festa de 30 anos é uma honra pra gente!”, diz Clemente.

A influência da banda paulista do trabalho do No Milk é tão forte que, no segundo álbum dos curitibanos, “Tormento” (2007), o grupo gravou uma versão para a música “A Cidade não pára”, um dos clássicos dos Inocentes. “Eles são uma de nossas maiores referências”, afirma Mauricião.

Essa será a terceira vez que os dois grupos dividirão o mesmo palco. A primeira foi em 2002, quando o No Milk tocou com os Inocentes no festival “Dezembro Negro”, em Santos. No ano seguinte, o show foi no antigo Moinho São Roque, em Curitiba.

A abertura do evento no Armazém Garagem ficará a cargo da banda curitibana Magaivers. Formado em 2001, o grupo conta, atualmente, com Rodrigo ‘Porco’ (guitarra e vocal), Luis Lammel (baixo) e Ivan Rodrigues (bateria). “Será uma honra participar desse evento porque a gente sabe o quanto é difícil manter uma banda autoral em Curitiba!”, diz Rodrigo “Porco”.

Para os integrantes do No Milk, essa será a oportunidade de fazer um último show ao lado de uma banda que vivenciou, ao lado deles, diversos bons e maus momentos dentro da cena underground curitibana. “Eles são nossos irmãos, pois vivem a nossa realidade e a gente se tromba nos mesmos lugares. Temos histórias de vida semelhantes e muita coisa em comum”, explica Mauricião.

Nesse “até logo”, o público curitibano que acompanha o No Milk Today desde o início dos anos 1990 vai presenciar um momento emocionante e marcante na história da cena musical da cidade. “Não é um adeus definitivo, pois continuaremos a apoiar essa cena que nós amamos e a promover a mensagem de liberdade e autenticidade que o Punk representa. Até logo, velhos Punks! As crianças nunca vão parar de cantar!”, finaliza o baterista Maurício “Cabelo”.

No Milk Today

Formado em 1993 por Rodrigo “Minduim” (guitarra e vocal), Neto (guitarra), Mauricio Singer (baixo e vocal), e Maurício “Cabelo” (bateria), o No Milk Today se consolidou rapidamente como uma das forças do Punk curitibano e brasileiro.

Nas últimas três décadas, o grupo fez shows em todo o Brasil e também abriu apresentações de grandes nomes do Punk Rock, inclusive, de lendas internacionais do gênero que passaram pelo país. Entre elas, o The Exploited, o The Varukers e o Toy Dolls.

Entre EPs, fitas-demo, álbuns e discos ao vivo, a discografia do No Milk conta com cinco trabalhos lançados: “4 Years 4 That?!!!” (1998), “Devolvam Meu Vinil!” (2001), “Tormento” (2007), “Ao Vivo Na Grande Garagem Que Grava” (2007), e “Coturno Bastardo” (2015).

Em 2020, o grupo lançou o livro “As Crianças Não Vão Parar de Cantar – A História do No Milk Today” (Editora Medusa), organizado pela produtora cultural Thereza Oliveira, com design de Anderson Maschio e Beto Janz.

Ou seja, nesses 30 anos de vida, o No Milk Today lançou apenas três álbuns full length, o que dá, praticamente, um a cada 10 anos. Por esse motivo, a banda decidiu repensar a rotina de shows e voltar as atenções para a composição e gravação de um novo trabalho. “Essa discografia é muito pequena para nós e para quem gosta da banda. Precisamos dar um reset, produzir e construir algo novo, do zero!”, explica Rodrigo “Minduim”.

Entretanto, antes de começar essa nova fase, após três décadas que foram vividas intensamente, o No Milk decidiu celebrar, pela última vez, uma das maiores marcas da trajetória da banda: a relação muito próxima com os fãs. “A música sempre foi nossa voz e vocês, que nos seguiram, são parte integrante disso, pois estiveram conosco nas noites suadas de shows ao vivo e compartilharam suas histórias e paixões conosco! Nossos corações transbordam de gratidão por cada mosh, cada grito e cada instante de caos musical que vivemos juntos. Vocês foram mais do que fãs, vocês foram a nossa família!”, finaliza Neto.

Inocentes

Formado em 1981, os Inocentes são um dos pioneiros do Punk Rock brasileiro e uma das bandas mais longevas da história do Rock nacional.

Em 1982, o grupo participou do festival “O Começo do Fim do Mundo”, que aconteceu no SESC Pompéia, em São Paulo. Organizado pelo escritor e dramaturgo Antônio Bivar, o evento é considerado um dos marcos da história do Punk Rock brasileiro, pois reuniu, além dos Inocentes, outras 19 bandas que ajudaram a construir a cena nos anos seguintes. Entre elas, estavam os Ratos de Porão e o Cólera.

Entre os álbuns mais importantes lançados pelo grupo, e que fazem parte da discografia básica do Rock do Brasil, estão “Pânico em S.P.” (1986) e “Miséria e Fome” (1988). Na lista de músicas que a banda gravou nessas mais de quatro décadas, e que se tornaram clássicos, estão “Pátria Amada”, “Expresso oriente”, e “A face de Deus”.

Atualmente, a banda conta com Clemente Nascimento (guitarra e vocal), Ronaldo Passos (guitarra e backing vocals), Anselmo “Monstro” (baixo e backing vocals), e Nonô (bateria).

No ano passado, o grupo lançou os singles “Eu vou ouvir Ramones” e “Queima!”, o que mostra, claramente, que os Inocentes continuam na ativa. “Estamos vivos, produzindo e fazendo shows. É como diz a nossa canção: ‘Viver e morrer no underground’! São 42 anos de resistência desde os primórdios do Punk”, afirma Clemente.

Magaivers

A banda curitibana Magaivers iniciou as atividades em 2001 influenciada, principalmente, por dois grupos com estilos bem diferentes entre si: os Ramones e os Beach Boys. Atualmente, a formação dos Magaivers conta com Rodrigo “Porco” (vocal e guitarra), Luis Lammel (baixo e vocal), e Ivan Rodrigues (bateria).

A discografia da banda, entre álbuns e trabalhos ao vivo, é composta por 11 CDs: “Summer Dreams” (2001), “Motorheads” (2002), “Praticamente” (2004), “Réptil” (2007), “V” (2010), “Live Session” (2011), “Bacon” (2014), “Ratazanamente” (2019), “Ao Vivão” (2019), “2020” (2020), e “NEO” (2022).

Nesses 22 anos de vida, os Magaivers já fizeram mais de 500 shows por nove estados brasileiros, além de duas turnês na América do Sul, com apresentações na Argentina e no Uruguai. “Nessas mais de duas décadas, nós nunca deixamos o giro baixar! Sempre fizemos, em média, uns 40 shows por ano!”, diz Rodrigo”Porco”.

Aproveite para assinar o Cwb Live, pagando a quantia que você achar justa. É só clicar nesse link da campanha “Eu Apoio o Cwb Live”, que fica hospedada na plataforma Catarse.

Assim, você ajuda o site a se manter na ativa, fazendo um jornalismo independente e com conteúdos exclusivos (entrevistas em texto e vídeo, coberturas de shows, fotos, vídeos e matérias).

Inscreva-se no nosso canal no YouTube para assistir aos vídeos de shows e entrevistas exclusivas e siga as nossas redes sociais no Twitter, Instagram e Facebook.