O cantor se apresenta no dia 12 de abril, no Hard Rock Cafe, e o show terá um setlist composto, principalmente, por músicas do Mr. Big

O cantor Eric Martin, ex-frontman da banda estadunidense Mr. Big, tem uma daquelas vozes que são facilmente reconhecíveis, mesmo que você não acompanhe mais de perto o mundo do Rock’n’roll. Afinal, quem nunca ouviu as baladas “To be with you”, Wild word” e “Just take my heart”, por exemplo?

No dia 12 de abril (quarta-feira), o público curitibano terá a oportunidade de conferir ao vivo esses e outros clássicos do Mr. Big, pois Eric se apresenta no Hard Rock Cafe, como parte de uma turnê pelo Brasil que ainda passará por oito cidades do país.

O cantor será acompanhado pela banda Rolls Rock, composta por Edu Costa (vocal e guitarra), Mau Seliokas (baixo), Cris Ribeiro (teclado) e Francis (bateria). A realização é da Abstratti Produtora, em parceria com a Mosh Productions.

A última visita de Eric Martin a Curitiba aconteceu em 2010, portanto, o show é uma oportunidade única para celebrar o legado de uma das mais importantes vozes do Hard Rock mundial. “Já faz muito tempo! Acho que Curitiba foi o primeiro lugar no qual eu comi churrasco! O meu show terá um setlist composto, principalmente, por músicas do Mr. Big e, talvez, algumas surpresas. Eu amo o Brasil!”, afirma Eric Martin.

As influências e a construção da personalidade vocal

O interesse de Eric Martin pela música surgiu ainda na adolescência, quando ele ouvia os discos do pai (Frederick Lee “Pepper” Martin), principalmente, os LPs do cantor Frank Sinatra (que ele tentava imitar).

Ao mesmo tempo, o jovem procurava aprender as linhas vocais das trilhas sonoras dos musicais que a mãe (Iris Martin) colecionava, entre eles, “The Sound of Music” (1959), “My Fair Lady” (1956), “Jesus Christ Superstar” (1971) e “Hair” (1967).

Naqueles tempos, o jovem Eric pretendia seguir os passos de Otis Redding, Wilson Pickett e The Righteous Brothers, que eram grandes estrelas do R&B, e de outros artistas que também já começavam a moldar a personalidade do futuro vocalista. “Os Temptations e os Four Tops foram grandes influências. Meus heróis foram os cantores de Rock & Soul, entre eles, Paul Rodgers (Free e Bad Company), Bobby Tench (Jeff Beck Group), James Dewar (Robin Trower), Frankie Miller e David Coverdale”, explica.

Nessa lista de grandes artistas, algumas características chamavam tanto a atenção do vocalista que, de certa maneira, ele conseguiu incorporar essas particularidades no trabalho que desenvolveria nos anos seguintes. “Eles tinham aquela arrogância, atitude, e vozes roucas e graves que eu nunca me cansava de ouvir quando era jovem e ainda almejo hoje em dia”, diz.

Uma marca garantida dentro da história do Hard Rock

O começo da trajetória de Eric Martin no mundo da música, efetivamente, começou em 1979, quando ele montou a banda 415 (o código de área da Bay Area, em São Francisco), ao lado do guitarrista John Nymann.

Naqueles tempos, ter um contrato com uma grande gravadora era imprescindível para que uma banda ou artista conseguisse conquistar um espaço no mundo do showbizz, mas essa não era uma tarefa nada simples. “Não foi fácil! Tínhamos que fazer shows e convidar todas as gravadoras que existiam naqueles primeiros dias dos anos 1980. Foram muitos apertos de mão e encontros com DJs de rádio e diretores de programas, voando por todos os EUA”, conta.

Nesse período, a banda sobrevivia da venda de camisetas e botons que eles mesmos produziam para conseguir pagar o aluguel da casa na qual os integrantes do grupo moravam juntos.

Por incrível que pareça, quase quatro décadas após esses primeiros passos,  o vocalista não vê muitas diferenças práticas no funcionamento da indústria da música. “As coisas não mudaram muito. A tecnologia mudou e você não precisa ir fisicamente a todos os lugares, mas o conceito é o mesmo, pelo menos, no meu ponto de vista”, diz.

Apesar disso, Eric continua a ter plena consciência de que o talento precisa estar lado a lado com a persistência para buscar um espaço e correr atrás das possibilidades, pois não adianta ser uma grande promessa se as portas não forem abertas para que esse trabalho seja mostrado ao público. “Eu nunca entendi o artista sonhador, que espera o telefone tocar. O fato de você ter talento ajuda muito, mas ainda é preciso trabalhar para isso e também não há garantia de que você vai conseguir. O meu lema é ‘quando você menos espera, coisas boas virão’. O estresse mata sua criatividade”, analisa.

Naquele começo de trajetória, o esforço de Eric e dos companheiros de banda valeu muito a pena porque a 415 conseguiu assinar um contrato com a Electra Records, mas com uma condição: os executivos exigiram que o grupo mudasse o nome para Eric Martin Band.

Feita a concessão, eles lançaram o álbum de estreia, “Sucker for a Pretty Face”, em 1983, e surpreenderam imediatamente os executivos da gravadora, demonstrando uma criatividade que não era comum no trabalho de artistas estreantes. “Escrevemos facilmente 40 músicas antes de decidirmos quais seriam as dez melhores para entrar no disco”, conta.

Entretanto, mesmo depois de tanto esforço, a banda resolveu encerrar as atividades apenas dois anos depois, em 1985, após uma turnê com o ZZ Top. Mesmo assim, apesar da tristeza pelo fim de um projeto que exigiu tanta luta para que desse certo, o maior e mais bem sucedido passo dado por Eric estava prestes a vir.

Supergrupo

O conceito de supergrupo, que é usado quando uma banda é formada por integrantes que possuem um talento muito acima da média em suas respectivas funções, certamente, pode ser usado com o Mr. Big.

A banda foi formada em 1988 por Eric Martin (vocal), Paul Gilbert (guitarra), Billy Sheehan (baixo) e Pat Torpey (bateria) mas, diferentemente do que aconteceu com a 415, eles conseguiram assinar um contrato rapidamente com a Electra Records e lançar o primeiro álbum, autointitulado, já em 1989.

No total, o grupo lançou nove álbuns de estúdio. O mais recente é “Defying Gravity” (2017). Um ano depois, no dia 7 de fevereiro de 2018, o baterista Pat Torpey faleceu, vítima de complicações causadas pela doença de Parkinson.

Apesar de não ser o baterista oficial da banda desde 2014, quando descobriu que tinha a doença, Torpey continuava a colaborar com o grupo nas gravações, tocando percussão, fazendo backing vocals e ajudando na produção das faixas de bateria.

Depois da turnê de “Defying Gravity”, com o peso que a morte de Torpey causou em cada um dos integrantes, o Mr. Big não se reuniu novamente.

Porém, esse hiato foi quebrado no mês passado, quando o grupo surpreendeu os fãs com o anúncio de uma turnê que começa no dia 20 de julho, no Japão, e ainda passará por Singapura, Filipinas, Coréia, China, Taiwan, Filipinas e Tailândia, terminando no dia 12 de agosto, em Jacarta.

Inicialmente, o Mr. Big fará apenas essas apresentações, nada indica que a banda não possa voltar a trabalhar, inclusive, no lançamento de um novo álbum de inéditas. “Assim que nosso empresário começa a falar sobre turnês, eu sempre fico ocupado escrevendo músicas para o caso de eles dizerem que precisamos de um álbum. Eu gosto de estar à frente do jogo. Até agora, não se falou nada, mas nunca se sabe!”, diz.

A história de “To be with you”

A balada “To be with you” é, provavelmente, o maior sucesso do Mr. Big no Brasil, pois estava presente em qualquer programação das rádios Rock dos anos 1980/90. Ainda hoje, na verdade, é possível ouvir essa canção nas playlists, podcasts e webradios que as novas tecnologias colocaram no nosso dia a dia.

As primeiras ideias da canção nasceram quando Eric tinha apenas 16 anos de idade e ainda sonhava em fazer parte de uma banda de sucesso. “Eu estava aprendendo a tocar violão e criei apenas algumas letras, um refrão e uma melodia. Eu cantei várias vezes essas ‘ideias de música’ durante a minha adolescência”, conta.

Assim como boa parte das canções que se tornam famosas, a letra de “To be with you” tem uma abordagem bem real porque foi inspirada na melhor amiga de Eric, Patricia. “Ela me ensinou muito sobre poesia e música folclórica. Ela era a minha musa e, talvez, eu fosse o muso dela, mas eu confundi a amizade e me apaixonei perdidamente. Ela não me via como eu a via e, infelizmente, a amizade acabou. Essa música tem raízes profundas na minha juventude e um lugar especial no meu coração”, diz.

“To be with you” ajudou o Mr. Big a conquistar uma legião de fãs no Brasil, principalmente entre os que são apaixonados pelo Hard Rock. “Eu amo todos os fãs ao redor do mundo, mas há algo sobre os fãs brasileiros. Eles têm uma energia e uma paixão pela música que não tem igual!”, elogia.

Essa conexão permanece até hoje, pois, nos últimos meses, Eric veio ao Brasil em três ocasiões para se apresentar e, mais uma vez, teve a oportunidade de sentir de perto o carinho dos brasileiros, que não esquecem o trabalho do Mr. Big, mesmo quando a banda não está em atividade. “O público quase me ‘afoga’ em músicas como ‘Going where the wind blows’ ou ‘Take cover’. É uma sensação emocionante saber que esses fãs maravilhosos amam a nossa música”, complementa.

Além do Mr. Big e do trabalho solo, Eric participou de vários álbuns de artistas e bandas com abordagens musicais completamente diferentes, entre eles, Sammy Hagar, Avantasia, Michael Bolton e Ted Nugent. Essa versatilidade demonstra claramente que ele sempre quis ser um vocalista que tivesse a capacidade de cantar diferentes estilos de música.

O álbum solo mais recente lançado pelo cantor, que completará 63 anos de idade, em outubro, é “Mr. Rock Vocalist” (2012). Sem gravar algo autoral há mais de uma década, ele sabe que esse é um tempo de inatividade muito muito para um artista tão criativo quanto ele. “Eu venho ameaçando fazer um álbum solo há anos! Antes que eu fique muito velho para o Rock’n’roll, eu vou lançar um último!”, finaliza Eric Martin.

Os ingressos para o show podem ser adquiridos na plataforma Bilheto, com valores a partir de R$ 160 + taxa administrativa. Os bilhetes também podem ser comprados na loja Let’s Rock (Galeria Pinheiro Lima, Praça Tiradentes, 106, lojas 03 e 04, Centro – De segunda a sexta, das 9h às 19h, e aos sábados, das 9h às 15h).

A meia-entrada é válida para idosos, estudantes, professores de ensino público e privado, portadores de câncer, pessoas com deficiência (e acompanhante quando necessário) e doadores de sangue.

Na compra do ingresso e na entrada do local, é obrigatória a apresentação do documento previsto em lei que comprove a condição do beneficiário.

A classificação etária é de 18 anos de idade. Menores de 16 anos só entram se estiverem acompanhados dos pais ou responsáveis.

A casa abre às 19h e os shows começam às às 21h. O Hard Rock Cafe fica na Rua Buenos Aires, 50, na Água Verde.

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