Texto: Marcos Anubis
Fotos e revisão: Pri Oliveira

O evento foi aberto ao público e apresentou artistas do porte de Stanley Jordan a uma plateia totalmente heterogênea

CAPA FESTIVAL



Dar oportunidade para que as pessoas ouçam e assistam a shows de artistas relevantes musicalmente, com trajetórias criativas importantes, é uma das formas mais inteligentes de levar cultura à população. Dentro dessa linha de pensamento, a iniciativa do Festival BB Seguros Jazz e Blues é sensacional.

Nesse sábado (26), a 4ª edição do Festival BB Seguros de Blues e Jazz foi realizada no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Durante todo o dia, o público pôde acompanhar gratuitamente shows de grandes nomes da música local, nacional e internacional. A lista de convidados reuniu Stanley Jordan & Dudu Lima Trio (com a participação do baterista Ivan “Mamão” Conti), Hermeto Pascoal, Pepeu Gomes, Nuno Mindelis, O Bando, Milk’n Blues e BB Seguros Jazz Band.



BB Seguros Jazz Band

A abertura do festival coube à BB Seguros Jazz Band. Tocando em meio ao público, a banda apresentou versões muito bem arranjadas de grandes clássicos do Blues e do Jazz, como “When the saints go marching in”.

A participação do grupo, formado por Jonatas Airam Ulisses Dionísio (saxofone), Frank Edson de Oliveira (tuba), Fabiano Honorato da Silva (trompete), Eloy Porto Neto (trombone), Flavio Rodrigues Nunes Junior (banjo) e Dalmo Di Napoli Guzela (washboard) aconteceu de forma muito descontraída. As crianças, por exemplo, adoraram, pois não estão acostumadas a ver instrumentos tão diferentes, como a gigantesca tuba. A banda voltou para animar o público em todos os intervalos entre as apresentações.

Assista a um vídeo da apresentação da BB Seguros Jazz Band, gravado ao vivo no Festival BB Seguros, no Museu Oscar Niemeyer.

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BB Seguros Jazz Band - Festival BB Seguros de Blues e Jazz - Museu Oscar Niemeyer - 26/05/2018





Milk’n Blues

A banda curitibana Milk’n Blues deu início aos shows no palco do festival. Aline Mota e Zia Leme (vocais), Leandro Lopes (gaita harmônica), Tiago Juk (guitarra e voz), Eduardo Machado (baixo) e Piatan Sfair (bateria) apresentaram clássicos do Blues/Rock, como “Bad love”, de Eric Clapton, e “Proud Mary”, que ficou famosa na voz da cantora norte-americana Tina Turner.

Além disso, o grupo também tocou uma música própria, “Happy and blue”. O Milk’n Blues encerrou o show com “With a little help from my friends”, canção dos Beatles imortalizada na voz do falecido cantor Joe Cocker.

Assista ao vídeo de “With a little help from my friends”, gravado ao vivo na apresentação do Milk’n Blues no Festival BB Seguros, no Museu Oscar Niemeyer.

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Milk'n Blues - Festival BB Seguros de Blues e Jazz - Museu Oscar Niemeyer - 26/05/2018





O Bando

O quarteto O Bando, da cidade de Três Pontas, Minas Gerais, iniciou a apresentação acompanhado pela BB Seguros Jazz Band, tocando em meio ao público. Juntos, os músicos executaram “Sweet home Chicago”, gravada originalmente em 1936 por Robert Johnson, o “pai do Blues”.

Na sequência, já no palco, Bruno Morais (vocal, guitarra e violão), Felipe Kuringa (guitarra, violão e backing vocal), Dayvid Castro (baixo e backing vocal) e Tile (bateria e percussão) apresentaram versões para clássicos como “Crossroads”, de Robert Johnson, “(I’m your) Hoochie coochie man”, de Willie Dixon, e “Layla”, de Eric Clapton.

O som do quarteto representa o Blues elétrico em sua essência, com guitarras carregadas de drive e vocais roucos e rasgados. “Jessica”, do The Allman Brothers, encerrou a apresentação.

Assista ao vídeo de “Crossroads”, gravado ao vivo na apresentação do grupo O Bando no Festival BB Seguros, no Museu Oscar Niemeyer.

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O Bando - Festival BB Seguros de Blues e Jazz - Museu Oscar Niemeyer - 26/05/2018






Nuno Mindelis

O guitarrista angolano/brasileiro Nuno Mindelis começou o show com “I’m Back”, de Luther Allison, seguida por “Te na ne na nu”, de Slim Harpo. Na sequência, Nuno apresentou, pela primeira vez, algumas canções, como “Mona ki ngi xica”, que devem fazer parte de seu novo projeto: um CD de Blues cantado em kimbundu, um dialeto falado em Angola.

Ao vivo, as canções funcionaram muito bem. Como disse Nuno, na entrevista que concedeu ao Cwb Live, que você pode ler neste link, o kimbundu soa quase tão bem quanto o inglês.   Nuno impressiona pela variedade de levadas do Blues que ele consegue incorporar e transpor para uma maneira pessoal de tocar. Ele é capaz de navegar do tradicional Blues de Chicago até batidas mais Shuffle com a mesma maestria.

O repertório do show refletiu muito bem essa versatilidade, com músicas completamente diferentes entre si, como “Texas bound” e “They call me the beast”. Nos shows, Nuno Mindelis consegue capturar a essência fundamental do Blues, mas também sabe levar o estilo para perto do público. A prova disso é a forma carinhosa com que as pessoas sempre recebem a música do guitarrista em suas apresentações. No encerramento do show, Nuno foi para o meio do público tocar “Nbiri nbiri (Birim birim)”, versão para o original de Ngola Ritmos.

Assista ao vídeo de “Mona Ki Ngi Xica”, gravado ao vivo na apresentação de Nuno Mindelis no Festival BB Seguros, no Museu Oscar Niemeyer.

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Nuno Mindelis - Festival BB Seguros de Blues e Jazz - Museu Oscar Niemeyer - 26/05/2018





Pepeu Gomes

Conhecido pelo seu trabalho com o Novos Baianos e por sua carreira solo, que produziu grandes sucessos como “Mil e uma noites de amor” e “Masculino e feminino”, o lado instrumental de Pepeu Gomes fica reservado para os fãs mais próximos.

No show apresentado no Festival BB Seguros, voltado para o Blues e para o Jazz, Pepeu montou um repertório especial composto essencialmente por músicas instrumentais, mostrando sua carreira por outro prisma.

Acompanhado por Filipe Pascual (guitarra), André Gomes (baixo), João Braga (teclado), Guerrinha (percussão) e Jorginho Gomes (bateria), Pepeu abriu o show com “Saudação nagô”, seguida por “Swing por natureza”. O setlist ainda teve, entre outras músicas, “Malacaxeta Blues” (parceria com Caetano Veloso) e “Amazônia”, dedicada por Pepeu ao ambientalista Chico Mendes, assassinado em 1988.

Sempre acompanhado por suas guitarras “PG”, desenvolvidas por ele mesmo, Pepeu impressiona pela técnica e criatividade ao vivo. Foram essas qualidades que o levaram a ser eleito um dos dez melhores guitarristas do mundo pela revista norte-americana Guitar Player, em 1988.

Posteriormente, Pepeu recebeu dois convites para integrar o Megadeth e o Living Colour, duas das maiores bandas da história do Heavy Metal, que estão na ativa até hoje. O guitarrista brasileiro recusou ambos, alegando que não faria realmente parte das bandas, pois atuaria como um músico contratado.

Na sequência, ele pegou a sua “guitarra baiana”, um mini-instrumento com quatro cordas e uma sonoridade bem característica. Pepeu explicou que o instrumento está com ele desde os tempos do Novos Baianos e já foi usado em gravações de músicas importantíssimas na história da música brasileira. “Essa guitarra representa uma parte da música brasileira que anda muito esquecida: o Chorinho, que é o nosso Jazz. Nós vamos tocar dois chorinhos, em homenagem ao mestre Armandinho, pra vocês entenderem a importância desse instrumento”, disse. Com a guitarra baiana, ele tocou “Toninho Cerezo” e “Belo Horizonte”.

Na sequência, “Tico-tico no fubá” foi dedicada a Hermeto Pascoal. Antes, Pepeu contou que ele e o Bruxo vieram juntos no avião para Curitiba e afirmou que aprendeu muitas coisas com Hermeto durante a carreira, tanto musicais quanto espirituais. Pepeu encerrou a apresentação com “Malacaxeta II”.

Assista ao vídeo de “Didilhando”, gravado ao vivo na apresentação de Pepeu Gomes no Festival BB Seguros, no Museu Oscar Niemeyer.

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Pepeu Gomes - Festival BB Seguros de Blues e Jazz - Museu Oscar Niemeyer - 26/05/2018





Hermeto Pascoal

O Jazz, em uma comparação com a pintura, é um grande quadro em branco no qual o artista vai criando de acordo com a sua inspiração. Existe uma linha preestabelecida, uma estrada que leva ao destino final, mas a forma de se chegar até lá, os atalhos a serem desbravados, são decisões que cada um deve tomar.

Dentro dessa analogia, Hermeto Pascoal não encontra comparação com nenhum artista. Livre de amarras, ele dá a si mesmo, e aos músicos que o acompanham, toda a liberdade criativa possível e imaginável.

A partir dessas diretrizes, o talento do instrumentista é o que vai contar e, obviamente, Hermeto está cercado por grandes músicos. Ao lado do Bruxo, Itiberê Luiz Zwarg (baixo), André Marques (piano), JP (instrumentos de sopro), Fábio Pascoal (percussão) e Ajurinã Zwarg (bateria) abriram o show com “Bandinha”, “Mazinho tocando no coreto” e “Ilza nova”.

Durante o show, a humildade de Hermeto fica muito evidente quando, em vários momentos, o Bruxo deixa o protagonismo quase que totalmente para os músicos da banda.

Hermeto fez questão de citar com carinho a sua ex-companheira, Aline Morena, que mora em Curitiba, e elogiar a cidade na qual morou durante 12 anos.

“Jegue” encerrou a apresentação. Na vida de um ser humano, algumas experiências precisam ser vividas. Uma delas é assistir, ouvir e, sobretudo, mergulhar no universo mágico do bruxo Hermeto Pascoal.

Assista ao vídeo que reúne as canções “Bandinha”, “Mazinho” e “Ilza nova”, gravado ao vivo na apresentação de Hermeto Pascoal no Festival BB Seguros, no Museu Oscar Niemeyer.

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Hermeto Pascoal - Festival BB Seguros de Blues e Jazz - Museu Oscar Niemeyer - 26/05/2018






Stanley Jordan e Dudu Lima Trio

Poucos músicos no mundo podem ser considerados inovadores por terem criado uma forma de tocar totalmente diferente do usual. O guitarrista norte-americano Stanley Jordan está nessa pequena lista.   Jordan toca a guitarra como se fosse um piano, usando as duas mãos no braço do instrumento. Jordan foi acompanhado pelo Dudu Lima Trio que, além do baixista, conta com Ricardo Itaborahy (piano, teclados e vocais) e Leandro Scio (bateria e percussão).

No início, o trio começou a apresentação com uma genial interpretação de “Suite Bituca”. na sequência, Stanley entrou no palco ao som da belíssima “Clube da esquina II”. A música é uma das geniais composições da MPB e, executada com a técnica de Jordan, ficou ainda mais emocionante. A técnica do norte-americano, criada e desenvolvida por ele próprio, é impressionante. Jordan toca a guitarra como se fosse um piano, usando as duas mãos nos braços do instrumento.

Dessa forma, a gama de notas e acordes que ele consegue tocar praticamente ao mesmo tempo é inacreditável. Um belo exemplo é a versão que o guitarrista fez para “Eleanor Rigby”, dos Beatles. O setlist ainda teve “Partido alto”, canção do Azymuth, e “Space Jazz”, do próprio Stanley.

As expressões de espanto em meio ao público ao ver a forma com que Jordan toca guitarra eram impagáveis. Dudu não fica atrás em talento e inventividade. Sua técnica e igualmente fantástica. Basta dizer que o músico mineiro usa, em algumas partes do show, um baixo de seis cordas. O show também contou com um bloco que teve a participação do lendário baterista Ivan Conti, o Mamão, ao lado de Jordan e Dudu, em um projeto que os três desenvolvem em conjunto.

Apesar de ser um músico único, Stanley demonstra muita humildade no palco, pois, em vários momentos, ele deixava o protagonismo para Dudu Lima. Quando estava tocando, Stanley parecia em transe, fechando os olhos e mergulhando no universo da canção que estava sendo executada. O grupo encerrou a apresentação com “Come together”.

Ao fim de um dia inteiro de grandes shows, o saldo não poderia ter sido melhor, pois muitos dos que ali estavam não conheciam os artistas que se apresentaram. Sem dúvidas, a semente que é plantada em eventos como esse gera frutos durante muito tempo.

Ao chegar em casa, muitos dos jovens que estiveram no Museu Oscar Niemeyer devem ter procurado as músicas ouvidas nas apresentações no YouTube ou em outras plataformas digitais. O fato de despertar esse interesse, por si só, já vale cada centavo investido pelos patrocinadores do evento.

Assista ao vídeo de “Eleanor rigby”, gravado ao vivo na apresentação de Stanley Jordan no Festival BB Seguros, no Museu Oscar Niemeyer.

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Stanley Jordan e Dudu Lima Trio - Festival BB Seguros de Blues e Jazz - Museu Oscar Niemeyer - 26/05/2018