Texto: Marcos Anubis
Revisão: Pri Oliveira
Foto: Divulgação

zombie

Um dos mais tradicionais eventos do Carnaval em Curitiba, a Zombie Walk, acaba de ser cancelada. A caminhada dos zumbis seria realizada neste domingo (26). Porém, o caso ainda pode ter uma reviravolta nesta quarta-feira (22).

Em nota publicada na página do evento no Facebook na tarde desta terça-feira (21), os organizadores explicaram que as exigências do CADE (Comissão Permanente de Análise de Eventos de Grande Porte) foram além da capacidade de mobilização do grupo. “São mais de 30 exigências diferentes que vão desde bancar a segurança até providenciar a limpeza com empresas privadas. Nós não somos produtores profissionais de eventos. A Zombie Walk cresceu porque caiu no gosto das pessoas. O caminhão, a make, tudo isso é viabilizado por meio de parcerias. Nós não temos dinheiro para fazer a Zombie Walk, nós temos a boa vontade de uma grande rede de parceiros”, diz Docca Soares, um dos organizadores da Zombie Walk.

O Cwb Live entrou em contato com o CAGE e o órgão disse que o evento ainda estava sob análise e uma posição oficial seria dada pela Fundação Cultura de Curitiba.

A FCC foi pega de surpresa com a nota e informou que o evento ainda poderá ser realizado. “Eles sempre tiveram o apoio da Fundação. O nosso voto no CADE foi pela realização do evento. Por isso, nós marcamos uma reunião amanhã com a organização do evento para encaminhar uma solução para o problema”, diz a assessora de imprensa da Fundação Cultural de Curitiba, Evelise Barone.

O evento é realizado desde 2006 e sempre reúne milhares de pessoas vestidas de zumbi em uma caminhada pelas ruas da cidade, entre elas famílias, crianças e idosos. No ano passado, perto de 15 mil pessoas participaram do evento.

O evento não tem fins lucrativos e sobrevive graças a parcerias feitas pelos organizadores. De acordo com eles, pode ter havido uma falha na comunicação com a Fundação Cultural de Curitiba, que ajudava a Zombie Walk com apoio logístico e orientação. “Nós esbarramos em uma série de exigências muito além de nossas capacidades. Nós nem sabíamos que isso tinha mudado. Em contato com a URBS, nós descobrimos que, em julho do ano passado, eles decidiram que os organizadores de eventos devem arcar com todos os custos. Nós não fomos avisados, não recebemos nem um e-mail ou um telefonema. Se tivessem nos avisado em julho do ano passado, quando essas diretrizes foram mudadas, nós poderíamos ter absorvido essas mudanças”, analisa.

A repercussão do cancelamento nas redes sociais vem sendo muito grande. Muitas pessoas estão se mobilizando e criando grupos para sair em caminhada mesmo sem o evento oficial. “Algumas pessoas nos pediram para fazer a Zombie Walk assim mesmo. Mas nós não faremos porque não podemos correr o risco de que aconteça algum acidente que seja de responsabilidade nossa”, explica.

A reunião, que será realizada na manhã desta quarta-feira (22), pode pôr um fim a esse impasse.