Texto: Marcos Anubis
Foto: Reprodução Rolling Stone e Carlos Osório

O músico deixa um a longa lista de riffs e solos extremamente criativos




O guitarrista e fundador da banda norte-americana Van Halen, Eddie Van Halen, morreu nesta terça-feira (6). Eddie tinha 65 anos de idade e lutava desde 2014 contra um câncer na garganta.

De acordo com o site norte-americano TMZ, o guitarrista estava internado no hospital St. John, na cidade de Santa Monica, nos Estados Unidos. Ele estava acompanhado apenas pela mulher, Janie, peloo filho, Wolfgang, e pelo irmão e baterista do Van Halen, Alex.

Aproximadamente às 16h (horário de Brasília), Wolfgang postou uma mensagem no Twitter confirmando a morte do pai. “Não acredito que tenho de escrever isso, mas meu pai, Edward Lodewijk Van Halen, perdeu sua longa e árdua batalha contra o câncer nesta manhã. Ele era o melhor pai que eu poderia ter pedido”, disse. “Cada momento que compartilhei com ele no palco e fora dele foi um presente. Meu coração está partido e eu acho que jamais me recuperarei totalmente dessa perda. Eu te amo muito, pai”, complementou Wolfgang.

Ainda de acordo com o TMZ, a saúde de Eddie foi piorando muito nas últimas 72 horas. A situação chegou ao limite depois que os médicos descobriram que o câncer já tinha se espalhado para o cérebro e para outros órgãos do corpo do músico.

Eddie vinha lutando contra a doença desde o início dos anos 2000. Em 2003, ele afirmou que tinha superado um câncer na língua. Já em 2019, o próprio site TMZ revelou que o guitarrista estava tratando o câncer na garganta desde 2014.

A técnica a serviço da criatividade

O Van Halen foi fundado em 1972 na cidade de Pasadena, na Califórnia, por Eddie Van Halen, Alex Van Halen (bateria), Michael Anthony (baixo) e David Lee Roth (vocal). Até hoje, a banda já lançou 12 álbuns de estúdio e passou por algumas mudanças na formação. A principal foi a saída de David Lee Roth e a entrada de Sammy Hagar, em 1985.

Eddie fazia parte de um seleto grupo de guitarristas que sempre usaram a técnica como aliada da criatividade. Diferentemente de muitos músicos da mesma geração, para os quais a exibição vinha em primeiro lugar, Eddie apostava tudo na inventividade e isso fez com que ele criasse solos e riffs antológicos.

Entre esses clássicos, estão as canções “Panama”, “Eruption”, “Jump” e “Right now”. Eddie também tocou em “Beat it”, um dos clássicos do cantor e compositor norte-americano Michael Jackson.

Após a confirmação da morte de Eddie, várias homenagens já começaram a surgir nas redes sociais de músicos e fãs de todo mundo. “Logo quando pensei que 2020 não podia piorar, soube que o Eddie Van Halen se foi. É tão chocante. Ele foi um dos homens mais simpáticos que eu já conheci e tive a oportunidade de tocar. Era um verdadeiro cavalheiro e um verdadeiro gênio. Descanse em paz. É tão triste. Meus pensamentos vão para o irmão Alex e a sua família”, disse o baixista do Black Sabbath, Geezer Butler.

O baixista e vocalista do Kiss, Gene Simmons, também prestou uma homenagem. “Meu coração está quebrado. Eddie não era apenas um Deus da Guitarra, mas uma alma genuinamente bela. Descanse em paz, Eddie!”, disse.

O guitarrista do The Who, Pete Townshend, também se manifestou. “Eu esperava que ele pudesse ser presidente um dia”, disse. “Descanse em paz, Eddie Van Halen, sentiremos a sua falta”, postaram os integrantes do Aerosmith no perfil oficial da banda no Twitter.

Na visão de um dos mais talentosos guitarristas do Heavy Metal paranaense, o curitibano Renato Rieche (ex-Division Hell e Imperious Malevolence), a influência de Eddie Van Halen permanecerá intacta. “A ‘Eruption’ foi a primeira música que eu ouvi do Van Halen. Alguém me mostrou e fiquei simplesmente embasbacado! Comprei uma coletânea que reunia as melhores da fase do David e do Sammy e comecei a entrar em contato com a musicalidade livre que o Eddie mostrava”, conta Rieche.

A partir daí, Renato começou a estudar a forma com que Eddie construía as canções. “Quando comecei a tentar tocar as linhas de guitarra dele, percebi que ele não se prendia muito a regras, tanto nos riffs incríveis quanto nos solos. Ele tinha a sutileza de diminuir o volume da guitarra em momentos mais calmos e trabalhava muito essa intensidade. Tocava uma hora mais forte, depois mais fraca, e sempre com muita destreza e sensibilidade. Era o pacote completo do Rock e a energia e paixão que ele tinha quando tocava eram muito contagiantes, aquele tipo de magia rara que conquista almas e corações!”, finaliza.

Confira três momentos marcantes da carreira de Eddie Van Halen: “Panama”, do período com David Lee Roth, “Right now”, da fase com Sammy Hagar e a participação no clássico “Beat it” de Michal Jackson.

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