Texto: Marcos Anubis
Fotos e revisão: Pri Oliveira/Cwb Live

Destaque no cenário do Death Metal internacional, a banda gaúcha se apresentou no Jokers para lançar o álbum “Scourge of the Enthroned”



“As tuas raízes são tudo. Os grandes amigos verdadeiros que a gente tem são a nossa grande motivação”. As palavras de Alex Camargo, baixista e vocalista do Krisiun, ao falar sobre a ligação antiga que o grupo tem com a cena curitibana, resumem bem a personalidade da banda.

Nessa sexta-feira (14), o Krisiun se apresentou no Jokers Pub, em Curitiba, para lançar o novo álbum – “Scourge of the Enthroned” – e escrever mais um capítulo na forte conexão que o trio gaúcho tem com a capital paranaense. A abertura foi das bandas curitibanas Howfar e Jailor.



Krisiun

“Boa noite Curitiba, Paraná. Mais uma vez, o Krisiun está aqui”! Ao ouvir a tradicional saudação de Alex Camargo, os fãs da banda em qualquer parte do mundo já sabem o que esperar. Com o Jokers praticamente lotado, Alex Camargo (baixo e vocal), Moyses Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria) abriram o show com “Ominous”, “Combustion inferno” e “Blood of lions”.

Alex tem praticamente um ritual nas apresentações em Curitiba: em todas elas, o músico agradece várias vezes a amizade que a banda tem com algumas figuras importantes da cena curitibana desde os primeiros passos do grupo, no início da década de 1990.

Essa postura faz com que a banda seja respeitadíssima em Curitiba, já que as amizades que surgiram lá no início da carreira do Krisiun não se perderam porque hoje o grupo é reconhecido internacionalmente. Antes e depois do show, por exemplo, a banda circulou tranquilamente no Jokers, cumprimentando o público e tirando fotos com os fãs.

O setlist do show reuniu algumas canções do novo álbum da banda, “Scourge of the Enthroned” (2018), como a faixa-título e “Devouring faith”, e músicas que marcam a carreira do Krisiun, entre elas, “Vengeance’s revelation” e “Descending abomination”. Além delas, houve espaço até uma versão para “Ace of spades”, clássico do Motörhead.

A potência sonora que o Krisiun consegue ao vivo impressiona até quem está acostumado com a violência do Death Metal. E isso não acontece somente pela técnica que os três instrumentistas possuem, mas principalmente pela maneira pesada com que cada um deles toca. Metaforicamente, o peso está impregnado na essência de Alex, Max e Moyses, e isso fica bem claro nos shows da banda. Confira neste link uma entrevista com o baterista Max Kolesne.



Prestígio internacional

Quem não está acostumado a acompanhar o mundo do Heavy Metal, particularmente das vertentes mais extremas, pode não ter ideia da importância que o Krisiun tem nesse cenário. Depois do Sepultura, que tornou o Heavy Metal brasileiro conhecido e respeitado no mundo todo, seguramente o trio gaúcho se estabeleceu como a grande referência do som pesado nacional.

Nos últimos anos, o Krisiun se consolidou definitivamente como um dos grandes nomes do Death Metal mundial. Esse sucesso deve ser ainda mais valorizado porque nada na vida da banda veio de graça.

Ainda hoje, mesmo com a posição de destaque que o grupo conseguiu internacionalmente, Alex, Max e Moyses continuam encarando uma agenda massacrante de shows. Antes de Curitiba, por exemplo, a banda fez uma turnê de aproximadamente um mês nos Estados Unidos e, após a apresentação no Jokers, o grupo seguiu para Florianópolis para mais um show.

Já na sequência, no início de 2019, o Krisiun inicia a turnê de divulgação do novo álbum na Europa. Os shows acontecerão na Alemanha, Itália, França, Espanha e Portugal, entre outros países, e contarão com a participação dos grupos Septicflesh, Diabolical, Incite e Xaon.

Toda essa dedicação é imprescindível para construir uma trajetória sólida e já rendeu muitos frutos ao Krisiun. Porém, nem sempre o empenho de uma banda que está procurando um lugar ao sol é recompensado. “Ser bom, musicalmente falando, não basta para que uma banda consiga aquele ‘passo a mais’. Não existe receita, o que funciona ou não. É preciso ter 100% de dedicação! Não adianta ter 90 ou 95%. Eu larguei tudo o que eu tinha na minha vida. Eu tenho família, respeito a minha mãe e a gente está sempre junto, mas eu me privei de muita coisa e apostei. ‘Blefei’, no sentido de que você não tem nada, e acaba acreditando no nada, e aquilo vai acabar significando alguma coisa mais para frente. É muito difícil!”, diz Alex. “É uma caminhada dura, passo a passo. Muita portas se fecham na tua cara e quando uma se abre você tem que aproveitar”, complementa.

“Kings of killing” e “Black force domain” encerraram a apresentação. Confira uma entrevista exclusiva com Alex Camargo, um vídeo da música “Scourge of the enthroned”, gravada ao vivo no show no Jokers, e veja também o álbum de fotos da apresentação.

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Krisiun - Jokers - 14/12/2018





Howfar

O trio curitibano Howfar foi o primeiro a subir no palco. Alexandre Buga (guitarra e vocal), Willian Brandão (baixo e backing vocal) e Itali Sonda Jr. (bateria) abriram o show com “Fica na sua”, “Poeira e fumaça” e “Realidade distorcida”.

A banda, que foi formada em 2015, faz um som que mistura afinações baixas, riffs estruturados tanto pela guitarra quanto pelo baixo e letras em português. O resultado é um Stoner Metal cadenciado e pesado com influências bem perceptíveis do Kyuss e do Cactus.

O setlist do show teve “Não olhe para trás”, o blues “Visão do inferno” e a excelente “Os guerreiros do asfalto”, que encerrou a apresentação. “Foi um dos nossos melhores shows, com certeza o melhor em Curitiba. Acho que foi diferente para o pessoal que está acostumado com bandas sempre do mesmo estilo, pois foi uma mistura que funcionou. Ensaiamos muito para esse show e o resultado apareceu no palco, sem contar que a qualidade do som no Jokers é sempre de primeira”, diz Buga.

Confira a música “Os guerreiros do asfalto”, gravada ao vivo no show no Jokers, e veja também o álbum de fotos da apresentação.

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Howfar - Jokers - 14/12/2018





Jailor

Os shows do Jailor são garantia de diversão e Thrash Metal na essência. Em 2018, a banda está completando duas décadas de estrada e continua encarando o palco como uma grande celebração do metal ao lado do público que sempre a acompanha.

Flávio Wyrwa (vocal), Guima e Marcos Araújo (guitarras), Emerson Niederauer (baixo) e Jeff Verdani (bateria) abriram o show com “Jesus crisis”, Human unbeing” e “Throne of devil”.

O Jailor segue a cartilha das grandes bandas do Thrash Metal oitentista, com vocais agudos, muitos riffs e solos divididos entre os dois guitarristas. Um dos destaques da banda é o baterista Jeff Verdani (que também integra o Axecuter e o Sad Theory) e é um dos músicos mais talentosos da cena musical curitibana.

No setlist apresentado no Jokers, chamou muita atenção a pesadíssima “Stats of tragedy”, faixa-título do mais recente álbum do Jailor, lançado em 2015. “Never ending war” encerrou a apresentação. “Para nós foi uma grande satisfação abrir para uma banda do calibre do Krisiun, não só pelo som brutal, que dispensa comentários, mas também pela humildade e essência do verdadeiro underground que eles carregam ainda hoje onde estiverem tocando pelo mundo”, diz Emerson Niederauer.

Confira a música “Stats of tragedy”, gravada ao vivo no show no Jokers, e veja também o álbum de fotos da apresentação.

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Jailor - Jokers - 14/12/2018