Na apresentação dessa terça-feira (14), que teve a abertura da banda estadunidense Madzilla, os britânicos do Saxon proporcionaram um espetáculo de Heavy Metal aos fãs curitibanos

“Fã do Saxon é fã mesmo! Os caras vão aos shows, tatuam o nome da banda e cantam todas as músicas!”, diz o vocalista e guitarrista da banda curitibana No Milk Today, Rodrigo “Minduim”.

A afirmação vem de alguém que não acompanha tão de perto o mundo do Heavy Metal (o NMT é um dos nomes mais importantes do Punk Rock brasleiro) e, justamente por causa disso, mostra a verdadeira dimensão do que se viu nessa terça-feira (14), na Ópera de Arame, em Curitiba na estreia da turnê “Seize The Day World Tour 2023” na América do Sul.

Afinal, o nível de conexão dos fãs (que praticamente lotaram a Ópera) com a banda inglesa, realmente, foi impressionante e deixou os integrantes do grupo visivelmente emocionados durante toda a apresentação.

Byff Byford (vocal), Doug Scarrat e Brian Tatler (guitarras), Nibs Carter (baixo) e Nigel Glockler (bateria), abriram o show com “Carpe diem (Seize the day), faixa-título do mais recente álbum da banda, lançado no ano passado.

A partir daí, o grupo protagonizou um desfile de clássicos do Heavy Metal (entre eles, “Motorcycle man”, “Dallas 1 PM”, e “Heavy Metal thunder”) que forjaram o espírito dos headbangers curitibanos nas domingueiras dos anos 1980 no Clube Operário, na Sociedade Abranches, e em outros locais que eram frequentados pelos integrantes da cena Metal na capital paranaense.

Em vários momentos durante o show, aliás, os fãs assumiram o controle do espetáculo, cantando o nome da banda e fazendo com que, principalmente, Biff e Scarat ficassem observando, sem reação.

Depois de “Sacrifice”, Biff pediu ao público para escolher uma entre três opções de músicas para que a banda tocasse: “Broken heroes”, “Crusader” e “Ride like the wind”.

A enigmática “Crusader” foi a vencedora, mas em seguida, eles também tocaram “Ride like the wind”, versão do grupo para a canção de Christopher Cross e que é a preferida de muitos fãs, entre eles, o DJ Jeison Sales.

Essa foi a 4ª vez que ele assistiu a uma apresentação do Saxon, porém, a noite na Ópera tornou-se a mais marcante de todas porque Jeison estava acompanhado do filho, o produtor Erick Sales. “Foi muito emocionante ter a oportunidade de assistir ao show junto com ele! Além de tudo, eles tocaram a ‘Ride like the wind’, que é uma música que a gente adora!”, conta o DJ.

Jeison faz parte da cena Metal curitibana há mais de três décadas, ou seja, o Rock e o Heavy Metal, na família Sales, vêm de berço.

Durante o show, o jovem Erick (que está com 20 anos de idade) mergulhou definitivamente nesse mundo de guitarras com riffs pesados e canções que se tornam hinos para milhões de pessoas ao redor do mundo. “Eu conheci a banda há pouco tempo e, logo em seguida, eles já confirmaram o show aqui. Eles tocaram as canções exatamente como elas foram gravadas em estúdio e eu acho isso muito legal, pois a banda se mostra exatamente como é, sem nada mascarando. Ver o público curtindo e estar junto com o meu pai foi demais! Eu vou guardar esse momento para sempre!”, diz Erick Sales.

Obviamente, desde o início da apresentação, os olhos dos fãs estavam voltados para o novo guitarrista do Saxon, Brian Tatler.

Afinal, ele entrou no lugar de Paul Quinn, integrante fundador da banda, que resolveu se retirar dos palcos em março deste ano, alegando que as constantes turnês estavam cobrando um preço físico alto demais.

Para tentar suprir essa ausência, o grupo convidou Brian Tatler, que faz parte do grupo britânico Diamond Head, contemporâneo do Saxon, e parece ter acertado em cheio.

É claro que, tecnicamente, o novo guitarrista é excelente, pois a banda não chamaria alguém que não tivesse capacidade para assumir esse posto.

Porém, além da técnica, entrar em uma banda que já tem quase meio século de vida exige outros fatores que nem sempre se complementam.

O principal deles é a sinergia com os outros integrantes, principalmente, ao vivo. A chamada “química”, se não existir, joga por terra toda a qualidade que o músico possua (e os fãs percebem isso de maneira muito nítida).

No show na Ópera, se existia alguma desconfiança dos fãs mais puristas em relação a essas questões, ela foi rapidamente por água abaixo, afinal, Tatler executou todos os solos com perfeição (o que já era esperado) mas, acima de tudo, parece ter se adaptado perfeitamente ao grupo.

“Wheels of steel” encerrou a primeira parte da apresentação, com a banda saindo rapidamente do palco. Na volta, eles tocaram “The pilgrimage” (outra faixa do novo álbum) e a clássica “747 (Strangers in the night”.

Depois, mais uma saída estratégica para criar aquele clima de expectativa. O grupo encerrou o show com “Denim and leather”, um hino essencial que retrata toda a estética e postura do Heavy Metal, e “Princess of the night”.

Para quem acompanha de perto o mundo da música, existem shows que ficam marcados eternamente na memória, seja porque a banda montou um setlist especial, porque fazia muito tempo que ela não se apresentava naquela cidade específica ou algo do gênero.

No caso dessa noite na Ópera de Arame, a conexão do Saxon com o público que permanece ao lado da banda desde o final dos anos 1970, sempre será uma história a ser contada por quem esteve lá. “O Saxon é uma instituição sagrada do Heavy Metal! Eles fizeram um show espetacular, de alto nível! Ouvir clássicos como ‘Crusader’, ‘Solid ball of Rock’, ‘Princess of the night’, e ‘Ride like the wind’ (que é a minha preferida), tocados com maestria, é indescritível. O Biff já está com mais de 70 anos de idade, mas nunca arrega, canta demais! Fora que os caras são gente boa! Eles atenderam e tiraram fotos com a gente na entrada do hotel, antes do show”, finaliza o coordenador comercial Marcelo Brantes.

Assista ao vídeo de “Princess of the night”, gravado ao vivo no show do Saxon na Ópera de Arame.

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A estreia do Madzilla em solo brasileiro

A banda estadunidense Madzilla abriu a noite apresentando um Thrash Metal com pitadas de Metal Melódico muito bem construído.

David Cabezas (vocal e guitarra), David Haws (guitarra), Daniel Gortaire (baixo e backing vocals), e Luis Zevallos (bateria) começaram o show com a intro “The beginning of the end”, seguida por “A deadly threat”, e Asphyxiating cries”.

Logo após a primeira música, em uma atitude muito simpática, David Cabezas se dirigiu ao público e explicou que, durante a apresentação, eles tentariam se comunicar no nosso idioma. “Queríamos falar português em cada show dessa turnê porque temos muito respeito e admiração pelo Brasil! Sempre quisemos vir e que melhor maneira de fazer isso do que em uma turnê tão poderosa?”, explicou David Cabezas em uma entrevista exclusiva concedida ao Cwb Live após o show.

Falar em português causou uma reação de acolhimento no público que começava a ocupar as dependências da Ópera de Arame e criou um vínculo imediato, mesmo entre as pessoas que não conheciam o grupo. “O Madzilla foi uma grata surpresa, com um Trash cadenciado, bacana de ouvir e com um baterista bem rápido. Tive a oportunidade de conversar com o David Cabezas no stand de merchandising e ele fala português fluentemente. Ele foi muito simpático!”, diz Marcelo Brantes.

Durante o show, Cabezas se comunicou muito bem em português, quase sem sotaque, o que é surpreendente em se tratando de alguém que não tem tanto contato com o idioma brasileiro (que não é fácil de ser aprendido). “Não falamos muito português, mas com certeza, estamos aprendendo. Depois do show, todos foram receptivos e solidários. Consideramos as pessoas de Curitiba como parte da nossa família Metal e, como tal, temos ainda mais respeito pela cidade!”, complementa.

O setlist do show ainda teve “Vengeance”, “Warfare within”, “Your nemesis” (que é o mais recente single da banda, lançado no final do ano passado), e “Darkest night”.

Todas essas músicas são tecnicamente muito bem executadas. Cabezas, inclusive, utiliza uma guitarra de sete cordas, o que dá um peso especial aos riffs e bases das canções do grupo.

Vale a pena destacar que essa foi a estreia do Madzilla na América do Sul e isso, para uma banda que ainda não é tão conhecida, tem um peso ainda maior, pois é preciso “conquistar” a plateia. “Ficamos um pouco nervosos no começo, já que esse foi o primeiro show que fizemos no Brasil, mas a reação do público à nossa apresentação foi incrível e fez com que nos sentíssemos muito bem-vindos!”, diz.

Além de elogiar o público, a banda também ficou impressionada com a arquitetura e com o staff da tradicional Ópera de Arame. “É um local fantástico e todos que trabalham lá são muito profissionais. Ficamos muito gratos pela forma como a equipe do local nos tratou e como todos foram prestativos!”, agradece.

“Destiny’s Eyes” encerrou a apresentação. É claro que a maioria do público que estava na Ópera de Arame ainda não conhecia profundamente o trabalho do Madzilla. Afinal, eles estão apenas  iniciando uma trajetória fora dos EUA.

Porém, o grupo causou uma ótima impressão e, certamente, abriu portas para outras apresentações no futuro, tanto na capital paranaense, quanto no Brasil. “O show em Curitiba foi um dos nossos favoritos da turnê, até agora! As pessoas em Curitiba são muito receptivas e você definitivamente pode sentir o amor pelo Heavy Metal que todos compartilham! Que cidade incrível! São pessoas incríveis, que nos fizeram sentir em casa! Agora, Curitiba faz parte da nossa família! Com certeza, nós voltaremos, não tenho nenhuma dúvida sobre isso!”, finaliza David Cabezas.

Assista ao vídeo de “Destiny’s Eyes”, gravado ao vivo no show do Madzilla na Ópera de Arame.

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