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Djavan faz parte de uma linhagem de artistas cada vez mais rara (Foto – Marcos Anubis/Cwb Live)

O show do cantor e compositor Djavan, que aconteceu no último sábado (20) no Teatro Positivo, trouxe aos palcos curitibanos um dos maiores artistas que a MPB já revelou. O alagoano desfilou, durante aproximadamente duas horas, boa parte dos clássicos que o tornaram um dos cantores mais populares do país.

O palco do show era simples. A diretora de arte Suzane Queiroz optou apenas por um plano de fundo composto por um mosaico formado por papéis brancos. Esse formato clean realçou, ainda mais, a qualidade das composições do músico, uma mescla dos vários ritmos que fazem parte da música brasileira misturados com pitadas de jazz.

A apresentação começou com Djavan, ainda fora do palco, cantando “Rua Dos Amores”, do disco homônimo lançado no ano passado, enquanto os músicos se ajeitavam em seus lugares. Na sequência, a banda começou a tocar e o cantor entrou no palco, já cantando “Pecado”.

Os músicos que o acompanham nessa turnê merecem um destaque à parte. Torcuato Mariano na guitarra e violão, Marcelo Mariano no baixo, Glauton Campello e Paulo Calasans no teclado e piano, Jessé Sadoc e Marcelo Martins nos sopros e Carlos Bala na bateria, davam o “molho” que as músicas, ora mais românticas, ora mais rítmicas, pediam.

O primeiro grande momento do show foi a canção “Meu bem querer”. A bela melodia e a interpretação que o cantor dá à letra, cantada em um tom bem alto, levaram o público às lágrimas. Os curitibanos, que já possuem um perfil mais “observador”, ouviam com respeito e atenção as músicas novas como “Vive”, “Anjo de vitrô” e “Bangalô”. O carinho que os fãs demonstravam ter pelo cantor era flagrante.

Um dos momentos mais belos do show foi a canção “Oceano”, quando a banda se retirou deixando apenas o cantor sentado no centro do palco, em companhia de seu violão. Um belo jogo de luzes azuis trazia uma aura ainda mais especial para o momento. Com os músicos já de volta ao palco, Djavan comentou sobre uma conversa que teve com o sanfoneiro Dominguinhos, internado desde o começo do ano no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com um quadro de arritmia cardíaca e infecção respiratória. “Ele me perguntou se eu faria uma letra, caso ele, algum dia, me mandasse uma música. Eu respondi que sim e ele me mandou oito, logo de uma vez”, brincou. Dessa parceria surgiu “Retrato da vida”.

Antes de “Samurai”, Djavan fez um pedido ao público que acompanhava a apresentação com entusiasmo, mas sentado. “Vamos dançar gente, vocês estão muito longe de mim”, disse. Diante do apelo, todos se levantaram e acompanharam o restante do show assim. O bis veio com a belíssima “Nem um dia” e “Se”, quando Djavan foi para a beira do palco e passou boa parte da música cumprimentando os fãs. Para encerrar uma noite especial, um dos maiores clássicos da carreira do cantor, Sina.

Na despedida, toda a banda se abraçou e agradeceu o público, sob o aplauso de todos. Certamente, quem saiu agradecendo foram os fãs que pode presenciar um grande espetáculo de um grande artista, fato cada vez mais raro atualmente.

Confira as quatro primeiras músicas do show, “Rua dos amores”, “Pecado”, “Já não somos dois” e “Acelerou”.