Texto: Marcos Anubis
Fotos: Camila Kovalczyk e Pri Oliveira
Revisão: Pri Oliveira

A banda capixaba apresentou o novo álbum, “Ponto Cego”, no Festival Crossroads Dia Mundial do Rock




O Dead Fish acaba de lançar um álbum no qual apresenta músicas que criticam contundentemente a política brasileira. “Ponto Cego” traz canções que tratam de temas importantes dentro da sociedade tupiniquim e surpreende pela coragem da banda em abordar assuntos tão controversos em um país que vem se tornando cada vez mais conservador, inclusive no meio do Rock’n’roll (gênero que nasceu e sempre foi avesso a regras).

Diante de todo esse contexto, o show do Dead Fish na 2ª edição do Festival Crossroads Dia Mundial do Rock, que aconteceu no sábado (13) na Usina 5, em Curitiba, prometia ser marcante (e foi). Afinal, a capital paranaense é o epicentro de praticamente todas as atitudes que, nos últimos anos, estão causando transformações profundas no Brasil (para o bem e para o mal).

Rodrigo (vocal), Ric (guitarra), Igor Tsurumaki (baixo) e Marcão (bateria) pisaram no Palco Budweiser, que estava com a área destinada ao público lotada, saudaram os fãs e abriram o show com “Asfalto”, “Sangue nas mãos” e “Selfeofactoide”. Igor (que também faz parte do Sugar Kane) está substituindo o baixista do Dead Fish, Alyand, que saiu da banda no final de 2018 por problemas de saúde (o músico está com três hérnias de disco que vinham impossibilitando o cumprimento da agenda de shows do grupo).

Durante a apresentação, o público do grupo, que estava concentrado principalmente mais perto do palco, cantou e abriu rodas de mosh a todo momento. Curitiba, aliás, sempre foi um dos redutos do Dead Fish desde o início dos anos 2000, quando a banda se apresentou pela primeira vez no lendário 92 Graus.




Antes de “Doutrina do choque”, Rodrigo explicou que a letra da música foi baseada no livro “A Doutrina do Choque: A Ascensão do Capitalismo de Desastre” (2008), da escritora e jornalista canadense Naomi Klein. O vocalista também ressaltou que a canção é uma crítica aos ideais neoliberalistas que a classe política brasileira está tentando implantar no Brasil. A reação do público veio com gritos contra o presidente, inclusive na área VIP. “Isso aconteceu em todos os shows desta turnê, mas em Curitiba é ainda mais especial”, disse Rodrigo.

O setlist do show ainda teve grandes clássicos do grupo, entre eles, “Você”, “Bem-vindo ao clube” e a fantástica “Mulheres negras”. Nos bastidores, o baterista do Matanza INC, Jonas Cáfaro, e alguns integrantes do staff da banda carioca estavam acompanhando e curtindo de perto o show.

“Afasia” encerrou a apresentação. Musicalmente, é importantíssimo que bandas como o Dead Fish mantenham a postura contestadora do Hardcore/Punk. Afinal, esses gêneros sempre foram questionadores, no sentido de colocar o dedo nas feridas sociais de qualquer país. Nos 28 anos de trajetória da banda capixaba, aliás, o grupo sempre se preocupou em abordar esses assuntos nas letras das músicas, independentemente do governo do momento. O que chama a atenção é que, atualmente, nem todos os artistas seguem com essa atitude, o que valoriza ainda mais a coerência do Dead Fish por não ter negado as raízes da banda.

Assista ao vídeo da música “Mulheres negras”, gravada ao vivo no show do Dead Fish no Festival Crossroads Dia Mundial do Rock e veja também o álbum de fotos da apresentação.

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Dead Fish - Festival Crossroads Dia Mundial do Rock - 13/07/2019




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